terça-feira, 23 de julho de 2013

O Papa Francisco e eu.

Heitor Battaggia

Agora com o Papa no Brasil, me pergunto: quié quieu tenho a ver com o Papa?

Tudo e nada.

Não tenho religião, mas também não professo o ateísmo. A religião nos é socialmente imposta, e o ateísmo é escolha que eu exerci. A mim basta e minha escolha não interessa a mais ninguém.

Só há duas maneiras de encarar a religião: ou somos uma criação divina, ou a humanidade criou deus. Em ambas, deus existe.

Engraçado que eu, ateu, mas que tenho o sentimento de pertencimento da humanidade, sinto-me co-criador de deus.

Deus nos dá um padrão ético de vida, normas de comportamento, esperança de melhora e crença num mundo melhor. Deus, penicilina e gol de cobertura a partir do meio do campo operam no mesmo diapasão. São todos criações humanas. O holocausto de Barbacena (veja post de 29.06.2013) foi uma sinfonia desafinada.

Não tenho religião, mas a manifestação de fé me comove. Gosto de ver as pessoas empenhadas e comovidas em ver o Papa. Gosto do congraçamento de jovens de todo o mundo no Rio de Janeiro. Gostaria de estar lá, participando da festa.

Vi há pouco, no site do UOL, meia dúzia de babacas se “desbatizando”. Aliás cada vez mais me convenço que jornalismo é a profissão que reúne a maior quantidade de tolos e babacas do mundo. Nem todo jornalista é um babaca, mas todo babaca sonha em ser jornalista; muitos conseguem (talvez por causa dos baixos salários). O Rio de Janeiro com milhares de pessoas do mundo inteiro se congraçando, fazendo festa, celebrando uma festa de humanização e o editor do UOL abre espaço para um bobalhão com um secador de cabelo na mão ventando a cabeça de meia dúzia de pessoas num ato contra a igreja católica.

Gosto do Papa, mas desse Papa é fácil gostar. Carismático, simpático e popular. Já iniciou um conjunto de reformas na igreja mas certamente defenderá muitos dogmas católicos. Continuará a ser contra o aborto, contra o casamento homossexual, contra a eutanásia. Manterá os dogmas da criação e da virgem Maria e da infalibilidade do Papa.

Quem não gosta desses dogmas, que os acha falhos/falsos pode mudar. Pode virar ateu, como eu (garanto para vocês que se continua vivendo muito bem), ou, sei lá, virar muçulmano. É uma questão de opção.

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