Em sua mais recente crônica
semanal publicada no jornal Folha de São Paulo, intitulada “Gays e Heterossexuais
Incuráveis” (http://drauziovarella.com.br/sexualidade/gays-e-heterossexuais-incuraveis/)
o médico Drauzio Varela faz um longo comentário sobre o projeto conhecido por
Cura Gay, aprovado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
O sempre correto Dr.
Varela, numa linguagem clara e bem escrita, elenca um conjunto de argumentos
para mostrar que a homossexualidade é mais comum do que pensam os mais
fervorosos fundamentalistas religiosos. Mostra que está presente em muitas
sociedades, fala sobre pesquisas já consagradas e, a partir de um conjunto
convincente de números, mostra que as relações sexuais entre pessoas do mesmo
gênero é uma prática antiga e consagrada em diversos agrupamentos humanos.
O Dr. Varela erra quando defende
– e não é o primeiro a faze-lo - que a homossexualidade deve ser aceita, entre
tantos argumentos, por que existe até mesmo entre animais. Em outra palavras, a
homossexualidade é natural. Discordo desse argumento.
Nem sei se ratos, coelhos,
martas, carneiros, cavalos e quantos outros bichos mantêm essa prática, mas
entre os humanos a prática homossexual deve ser aceita porque ela é escolha. As
pessoas escolhem manter relações prazerosas com pessoas do mesmo sexo. Elas
poderiam suprimir o desejo, e não o fazem, e ninguém tem nada como isso.
Uma das coisas que nos humaniza
é, entre muitas outras coisas, o freio que nos impomos quando nossos desejos naturais/animais
interferem no destino de outras pessoas. Até mesmo o desejo sexual. Todas as sociedades
têm “mulheres proibidas”, quer por conta do mito totêmico, da família, do clã
ou da idade.
O bom professor Varela não
ficaria feliz se a cada nova aula que ele ministrasse, e foram e serão muitas,
os machos urinassem nos cantos da sala demarcando seu território, prática comum
na natureza. Temos certeza que o cidadão Drauzio Varela condena o estupro e o
sexo com incapazes, prática também corrente na natureza.
A homossexualidade humana
deve ser respeitada quando praticada consensualmente entre parceiros que se
sintam felizes em sua prática. Simples assim. Trata-se de um assunto privado
que somente aos seus praticantes interessa.
O deputado Feliciano – ou
qualquer outro cretino de plantão – tem tanto direito de condenar o
relacionamento homossexual quanto de dizer quais são as posições sexuais
adequadas e inadequadas que cada um de nós deve manter com a patroa ou com o marido.
Em outras palavras, vá
pentear macacos (desde que eles queiram).
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